Voltando para o Sul
Uma noite fria de solidão, imposta aos sem ninguém que se calem. Que desejem a morte. Em uma noite pavorosa de inverno, foi dado o veredito. Sem pão, sem água, sem carne...
Os cachorros latem. Gemidos são ouvidos em todos os cantos.
Dores, agonia...
Gente pedindo por perdão. Gente pedindo por pecado.
Juro que esse drama todo não faz parte de mim. É da alma de um indigente que mora logo ali, no meu peito.
Juro que esse drama todo não faz parte de mim. É da alma de um indigente que mora logo ali, no meu peito.
Não há tempo para mais nada. Deveria não haver tempo a
perder. Mas nos perdemos. Nos perdemos em um lugar mais do que conhecido. Esse
lugar é aqui, dentro de nós. Então corremos em círculos, e os círculos fazem
redemoinhos bagunçando tudo em volta. E não há recomeço, nem fim. Há apenas o
estar, o continuar, e a inércia de nossos anseios pelo termino de todos os males.
O Sol já raiou e nossos corações continuam congelados. Na
esperança de que o calor seja tão grande, que possa romper as barreiras de
nossos corpos. Transcender a alma e alegrar tudo nela. Mas aqui dentro só há
pedra. Só há nós.
Não me espere, fui flutuar nas nuvens. Escorreguei pelos lençóis d’água e cai em algum lago desconhecido. Me banho, me deleito em águas rasas. Vejo onde piso e ao mesmo tempo, no espelho d’agua, vejo olhos reluzentes. Cheio de questionamentos, cheio de dúvidas, cheios de vontades. O medo de congelar é maior que a alegria de lavar a alma.
Não me espere, fui flutuar nas nuvens. Escorreguei pelos lençóis d’água e cai em algum lago desconhecido. Me banho, me deleito em águas rasas. Vejo onde piso e ao mesmo tempo, no espelho d’agua, vejo olhos reluzentes. Cheio de questionamentos, cheio de dúvidas, cheios de vontades. O medo de congelar é maior que a alegria de lavar a alma.
A culpa disso tudo, desse desastre, dessa chacina? É nossa,
apenas nossa. Tiramos todo ou qualquer sopro de vida. Apenas para saciar nosso
ego. Que não daria o braço a torcer, nem a chance de perder. Porque em um jogo
que não há vencedores, corremos para o pódio de fraquezas impostas por nós. Um
pódio falso, coroando aqueles que nada ganharam.
A alma deveria valer mais que o orgulho. Mas é o orgulho que
nos faz correr, querer vencer uma luta vã. E nos mantem com nossos corações
congelados. Só há um jeito de curar isso tudo. Entender que nem todas as lutas
valem a pena serem disputadas. Nem todas as vitórias nos transformam em heróis.
E que corações pulsantes valem mais a pena que egos reluzentes.
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