Ebulição de ser
Sou mar. E como uma gota vou evaporar. Vou para outro lugar. Onde posso sofrer mutações. Mudar meu estado de espírito. Ter visões. Depois quem sabe congelar. Voltar. Cair em meio a multidão. Virar mar. Virar chão. Ou quem sabe ser afluente. Descer em meio as correntes. Bater nas pedras para que talvez vire gente. Ou serpente. Serpentear em meio às montanhas. Virar lago. Virar lama. Virar chama que não arde. Ou apagar a fogueira que acendera e incendeia. Faz clareira. Em meio a floresta de flores, roseira.
No ritmo da chuva que apaga. Quase mata. Enche a cidade como mar. Como rio. Meu altar. Corre, fecha, sai porque vou chegar. Já me perdi. Já evaporei. Já voltei. Caí, subi, subi de volta, mas caí. Estou aqui. Fico porque a vida me ensina a nunca desistir. E quem sabe sorrir. Em meio aos lençóis. Pois quem sabe nós. Podemos fugir. Ou nos esconder em baixo do chão. Pois as galerias subterrâneas nos escondem de perigos. Mas mesmo que viramos lago. Podemos evaporar, fugir para outro lugar. E novamente, virar mar.
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